domingo, 22 de maio de 2011

Insista, Dona Flor, insista...

Essa flor que desabrocha é tão maravilhosa. Tão grandiosa que seu existir chega a doer. Ela força a existência. Ela espalha a rama sem olhar ao redor. Ela invade o espaço todo sem pudor algum. Ela sabe que não deve ter vergonha de existir. Porque é bela demais. Bela demais pra ter vergonha. Insiste. Porque sabe que o sonho desabrochará. E que seu encanto será compartilhado, um dia. O seu encanto, tão seu, que parece só existir para seus próprios sentidos. Mas ela sabe que ele existe. Se entorta, murcha, renasce. Tenta brilhar mesmo no opaco. Tenta ouvir sua própria melodia no vácuo. Insiste. Porque sabe merecer alguma doçura compartilhada. Compartilhar é seu maior desejo. Porque até então só sentiu só; sentiu pelo avesso; ou não sentiu.

domingo, 8 de maio de 2011

Escolhas. Sempre tive problemas com elas; sigo tendo. Cada vez se faz mais e mais necessário escolher. Pra organizar minha vida, meus sentimentos, minhas ações. Não gosto do caos. Mas eu sou o caos. Sou desconexa, pouco sólida, fluida demais. E quando se é o que não se quer ser só há uma saída: fazer escolhas. Escolher ser de outro jeito. Agir primeiro, se o 'ser' for muito difícil à princípio. Depois o 'fazer' vai se camuflando e virando 'ser'. O que não se aprende quando se quer ficar bem?
Quero começar aos poucos. Escolher esse pensamento e não aquele. Escolher sair de casa. Escolher ficar em casa. Escolher ir de bicicleta. Pensar e escolher. E depois, viver. Não se apegar ao passado. Viver o escolhido. Escolher ser feliz. Não escolher nunca a tristeza, a auto-comiseração, a auto-piedade. Todos esses 'autos' que só me levam a uma solidão inútil. Escolher ser feliz.