domingo, 22 de maio de 2011

Insista, Dona Flor, insista...

Essa flor que desabrocha é tão maravilhosa. Tão grandiosa que seu existir chega a doer. Ela força a existência. Ela espalha a rama sem olhar ao redor. Ela invade o espaço todo sem pudor algum. Ela sabe que não deve ter vergonha de existir. Porque é bela demais. Bela demais pra ter vergonha. Insiste. Porque sabe que o sonho desabrochará. E que seu encanto será compartilhado, um dia. O seu encanto, tão seu, que parece só existir para seus próprios sentidos. Mas ela sabe que ele existe. Se entorta, murcha, renasce. Tenta brilhar mesmo no opaco. Tenta ouvir sua própria melodia no vácuo. Insiste. Porque sabe merecer alguma doçura compartilhada. Compartilhar é seu maior desejo. Porque até então só sentiu só; sentiu pelo avesso; ou não sentiu.

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