segunda-feira, 29 de abril de 2013

Sobre o não saber



E se eu não acordasse
Se eu não me levantasse 
Não me alimentasse 
Que diferença que faria? 

 E se cheiro eu não tivesse 
E o passado inexistisse 
De família não viesse 
Ainda assim eu viveria? 

 Se uma língua eu não falasse 
Ou pessoas conhecesse 
Um lugar não ocupasse 
Eu ainda existiria? 

 E se nada eu dissesse 
Sem palavra, som ou prece 
Se importância eu não desse 
Que utilidade eu teria? 

 Se a hora não passasse 
E a vida congelasse 
O medo não existisse 
Alguma coisa mudaria? 

 E se meu corpo evaporasse 
Se minha voz não mais saísse 
E aqui eu não pertencesse 
De que lugar eu surgiria? 

 Se você não me enxergasse 
E de mim nada soubesse 
Sobre mim nada existisse 
O que de mim me restaria?
Por gostar de ser feliz, da tristeza me despeço. Por ser eu quem cria minha própria vida e por não acreditar em determinismos. Tendo saúde, tenho tudo que preciso. Ah, a saúde, esse bem raro que andou me escapando e cambaleando nos últimos tempos. Sinto a volta gradual da luz dentro de meu corpo físico, e tenho meu corpo espiritual agora abastecido pelo tempo e pela sobriedade que só a vida real pode nos oferecer de vez em quando. Sim, a saúde me retornará. E a paz vingará de novo. Gosto demais de paz pra me vestir de azul tristeza e desfilar por aí a tendência da depressão. Meu espírito é forte, minha mente é acumuladora de riquezas, e o podre aqui não entra. Pra frente sempre. O que eu quero ainda não sei, mas não importa. Tenho vida e vontade de viver, isso é mais valia. Isso se encarrega de toda a incerteza. Por mais profunda que minha alma possa ser, sou fã da simplicidade e da verdade. E nada mais simples e verdadeiro do que viver.