segunda-feira, 28 de outubro de 2013

vão

é que não dá pra querer ser tudo. se tento ser tudo viro pedra, fico congelada de opção. viajo entre estar e não estar, entre perceber e não perceber e não consigo me dar conta do caminho. do vão que existe entre os dois extremos. estar demais me faz quase romper por dentro, os órgãos inflam até explodir. tem dias que sou estilhaços de órgãos. isso é segredo meu. descobri que é uma forma de perdição, de labirintite, esse muito estar. não é assim. preciso da lupa, do microscópio que me permite estar muito em cada pedaço do momento estar. mas ainda não é assim. tudo que é vão me aterroriza. fico perdida em buracos, bem no fundo de todo buraco que é vão. alguma coisa me diz que vou descobrir o mistério do universo dentro de algum vão desses. algum dia desses. vou andar, andar, até que VULP. o vão e a chave do portão do mundo inteiro.