quinta-feira, 2 de abril de 2009






A distância nos faz tão diferentes. Encontramos sentimentos e memórias em nossa alma, nunca antes vivenciados. Dá saudade do que nem se imagina, sentimos afeto pelo que antes nem atenção dedicávamos. Pessoas, ruas, cheiros, situações antes tão alcançáveis de se provocar, e que agora apenas constam na nossa memória de emoções.
Fica difícil reencontrar aquela excitação por sonhar, aquele sentimento que enche de lágrimas os olhos e palpita o coração, quando é quase impalpável, o familiar. Onde está o que eu conheço? O que eu sei sentir e não sentir? Tudo agora parece ter que ser decifrado, decodificado. Nada de: ‘Ah, sim, claro, eu já vivi isso antes.’
Quem sabe um dia eu saiba de novo onde piso. Mas agora, talvez o melhor seja mesmo andar no escuro.